quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Definições II

Amor platônico: monólogo a dois.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Definições I

Do impossível - grandes rios, nossos corpos: margens.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Um outro olhar


Nós, os céticos, sempre nos voltamos para dentro, escavando-nos, solapando-nos, convivendo com ar escasso, com a escuridão e debatendo-nos contra as paredes de um grande buraco – nossas limitações. Desconfiamos par excellence de tudo que é claro demais, bonito demais, perfeito demais. A maior parte do tempo estamos isolados, nos distanciamos das várias possibilidades de contato social, onde as pessoas se arrastam pela inércia. Questionamos, alfinetamos, mostramos nossa opinião de um ângulo diferente - do imoral - e incomodamos. Incomodamos justamente porque nossos argumentos são mais palpáveis, não afetam tanto os sentidos, tanto quanto no fanatismo, em que as coisas são enxergadas com demasiada miopia. Portanto, é preciso que se alcance a época de um homem que saiba não apenas distanciar-se dessa doença, mas pôr-se de fora, o suficiente para enxergar não só aos outros, mas a si mesmo. A verdade é uma lente humana. Muda de acordo o foco. Amarrados pela corda do senso comum, desenvolvemos o medo de ver: aumentamos, diminuímos, distorcemos e embaçamos. Porquanto, duvidai de todo aquele que vos diz a Verdade. Enfim, tudo o que é claro demais, bonito demais e perfeito demais é, também, fantasioso demais. Venho fazer a cirurgia moral dessa cegueira.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Devaneios

Minhas palavras têm atravessado o mundo, mas quantos ouvidos?

Na corda bamba


Onde está nossa confiança? A arte de delegar a alguém a responsabilidade do erro, da vergonha, do feio e de tudo que existe de degenerativo na existência humana é - essencialmente humana. É ensinada no berço, para logo se tornar algo quase inato: a mãe que recrimina seu filho está instituindo também a arte do sofrimento e da vingança. Infligir o castigo é moldar o indivíduo a interesses alheios, sempre. As pessoas aprendem rápido através do sofrimento: logo este infante delega a seu irmão a culpa e quando não mais pode fazê-lo, chora, esperneia - o que causa certo tipo de sofrimento e desconforto para seus pais - na tentativa de compaixão para com a sua pena.
Já estamos acostumados a sempre ter alguém para nos dizer o certo, o errado, qual caminho seguir. Mas nunca nos perguntamos o que têm sido certo, o que têm sido errado: são substantivos que parecem seguir a regra dos verbos: mudam conceitos segundo um tempo, segundo uma época.
Andar por opiniões alheias é arriscar-se a cair de chão firme; ir por si mesmo é ser um acrobata que experiencia os mais diversos sentimentos da vida: tanto a suave brisa das alturas quanto a inexorável incerteza da corda bamba.
Quando não temos mais a quem delegar a culpa do erro, de estarmos nos sentindo em um pântano - onde o cheiro deveria denunciar a origem dessa situação - delegamos a algo maior, destino e tudo o mais de imutável. De onde veio esse estratagema que tem sido mister até os tempos atuais? Por vezes afirmamos “Ora, estamos no século XXI!” e o que de mais ínfimo ainda não nos foi abolido de nossas vidas.
Assumir a responsabilidade do erro, da vergonha, do feio e de ser o que se é, é enfim, Existir. E destino é uma desculpa que os fracos usam para aquilo que não conseguem mudar. Por onde têm andado seus pés?

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Frase do dia

Religião é enquadrar Deus numa moral.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Como empregar o plural 2


Um candidato a prefeito discursava para o povo da seguinte maneira:
- Se eu for eleito vou construir escola, posto de saúde, as lojas, e vou construir muita coisa boa.
Um aliado resolveu falar com ele:
- Candidato, se o senhor quiser ganhar essa eleição, o senhor vai ter que empregar o plural.
O candidato pensou bem e disse:
- Seu for eleito vou empregar o plural e toda a família dele!!!